Ao longo do maior rio do mundo, o Rio Nilo, vários ambientes naturais e paisagens têm sido impactados negativamente por intervenções que não consideram o contexto ou respeitam culturas locais. Em resposta, o NiLab, pavilhão egípcio na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura da La Biennale di Venezia, tem como objetivo revisitar esses lugares e destacar o valor do desenho arquitetônico na promoção de um desenvolvimento mais sustentável e culturalmente consciente ao longo do rio. A exposição intitulada "NiLab: Nilo como Laboratório", reconhece a extensão excepcional, a importância histórica e o impacto nas paisagens naturais e humanas do Nilo, fazendo dele um cenário ideal para reflexão sobre questões contemporâneas.
Curado por Ahmed Sami Abd Elrahman, Marina Tornatora, Ottavio Amaro, Moataz Samir e Ghada Farouk, o NiLab serve como um laboratório de conhecimento e geração de ideias e projetos relacionados ao Nilo. A apresentação fomenta discussões sobre água, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. A exposição é dividida em seis temas: Natureza, Agro, Urbe, Infraestrutura, Indústria e Arqueologia, cada um correspondendo a diferentes partes da paisagem do Nilo. Arquitetos de várias universidades e países colaboraram em 18 locais de intervenção do projeto, mostrando uma série de abordagens inovadoras e ambientalmente conscientes.
A exposição convida à participação, pesquisa e diálogo internacional sobre mudanças climáticas, escassez de água e desenvolvimento sustentável. Cenários futuros são vislumbrados com a apresentação de um quadro abrangente de estudos e propostas que analisam os desafios dos respectivos locais. Os projetos visam restaurar o equilíbrio entre a natureza, a intervenção humana e a preservação histórica. Além disso, as propostas de design arquitetônico aspiram criar novas condições para uma convivência harmoniosa, respeitando o contexto local. A exposição não fornece uma conclusão definitiva de pesquisa, mas incentiva a reflexão contínua. Convida estudantes, professores e pesquisadores a participar ativamente de discussões sobre potenciais cenários futuros para o rio.
Ao entrar no pavilhão, os visitantes são imersos em um espaço que lhes permite experimentar a perspectiva do Rio Nilo. Projeções em toda a sala guiam o público ao longo do caminho do rio, do Lago Nasser ao Mar Mediterrâneo, mostrando os laços na relação entre natureza, civilização e história. No centro do pavilhão, uma reconstrução de um Barco Solar, um barco antigo egípcio que simboliza o renascimento, servindo como uma presença surreal. Além disso, uma mesa permite aos visitantes explorar livros que resumem os projetos e visões desenvolvidos para o Nilo, enfatizando o trabalho arquitetônico coletivo.
O rio deve continuar sendo o centro da vida e do desenvolvimento no Egito por meio de pesquisa e cooperação entre países. - Ahmed Sami Abd Elrahman, Marina Tornatora, Ottavio Amaro, Moataz Samir e Ghada Farouk, Curadores do Pavilhão Egípcio
Outros países apresentaram exposições explorando a importância do uso de paisagens e recursos locais no futuro do ambiente construído na Bienal de Arquitetura de 2023. O Pavilhão Espanhol "Foodscapes" tem como foco a arquitetura de produção, distribuição e consumo, imaginando modelos futuros para alimentar o mundo sem danificar o planeta. O Pavilhão Belga "In Vivo" investiga a nova relação do arquiteto com os recursos, desafiando nosso sistema de produção e sugerindo alternativas arquitetônicas mais sustentáveis. O Pavilhão da Arábia Saudita "Irth" explora as qualidades dos materiais em relação à paisagem saudita.